Caminho tentando não encontrar ninguém, espero que ninguém me reconheça. Hoje acordei para ficar na minha solidão, na minha medíocre existência.
Passei o dia a pensar em ti. Até ontem a vida só fazia sentido com a tua presença. Hoje, não estás, foste brutalmente arrancada da minha vida. Não me deste qualquer explicação, apenas um “já não te amo”. A verdade é que eu também não me atrevi a colocar questões, fui covarde….sei, mas não conseguia ouvir-te dizer mais nada. Após uns segundos, em que fiquei petrificado a tua frente, saí da sala como se tivesse presa por chegar a algum lado; disse um:”Ta bem…” e fui-me embora.
Agora arrependo-me, gostava de ter perguntado o porque ou, desde quando? ou, há outra pessoa?....mas fui tão covarde (..afinal tinhas razão, sou um fraco). Preciso de respostas, não aguento estas questões a repetirem-se uma e outra vez na minha cabeça, vou ficar louco!, onde estás? Que fazes? Porquê não estás aqui?...é difícil, isto é muito difícil…dava qualquer coisa por ter-te ao meu lado, pelos teus beijos, as tuas carícias, o teu cuidado comigo…
Sei que as vezes fui injusto, os meus ciúmes fizeram-te chorar em muitas ocasiões. Esse teu choro profundo, de desilusão com a vida, de solidão. Era nesses momentos em que eu sentia o quanto estava a ser estúpido; olhava para ti, para a tua tristeza sentida, genuína, e só me apetecia abraçar-te, beijar-te e pedir-te mil desculpas. Tu amavas-me, sem dúvida, com uma humildade que fazia de ti a mais bela portadora do sentimento amor.
Ontem, cometi um grande erro, eu sei, não devia ter-te batido, mas não consegui controlar-me, foi o álcool, a minha estupidez, …oh! Desculpa, por favor, desculpa…
… aqui estou eu, vagueando pela cidade, a procura de não sei o que ou, talvez, a tua procura. Porque não admiti-lo, ainda que me custe, é verdade…já entrei em todos os locais que costumas frequentar, e até naqueles que nem sei se alguma vez entraste…por favor, atende os meus telefonemas, não podes fazer-me isto, deixa-me falar contigo…