01 julio 2007

Deixa-me falar contigo

Caminho tentando não encontrar ninguém, espero que ninguém me reconheça. Hoje acordei para ficar na minha solidão, na minha medíocre existência.
Passei o dia a pensar em ti. Até ontem a vida só fazia sentido com a tua presença. Hoje, não estás, foste brutalmente arrancada da minha vida. Não me deste qualquer explicação, apenas um “já não te amo”. A verdade é que eu também não me atrevi a colocar questões, fui covarde….sei, mas não conseguia ouvir-te dizer mais nada. Após uns segundos, em que fiquei petrificado a tua frente, saí da sala como se tivesse presa por chegar a algum lado; disse um:”Ta bem…” e fui-me embora.
Agora arrependo-me, gostava de ter perguntado o porque ou, desde quando? ou, há outra pessoa?....mas fui tão covarde (..afinal tinhas razão, sou um fraco). Preciso de respostas, não aguento estas questões a repetirem-se uma e outra vez na minha cabeça, vou ficar louco!, onde estás? Que fazes? Porquê não estás aqui?...é difícil, isto é muito difícil…dava qualquer coisa por ter-te ao meu lado, pelos teus beijos, as tuas carícias, o teu cuidado comigo…
Sei que as vezes fui injusto, os meus ciúmes fizeram-te chorar em muitas ocasiões. Esse teu choro profundo, de desilusão com a vida, de solidão. Era nesses momentos em que eu sentia o quanto estava a ser estúpido; olhava para ti, para a tua tristeza sentida, genuína, e só me apetecia abraçar-te, beijar-te e pedir-te mil desculpas. Tu amavas-me, sem dúvida, com uma humildade que fazia de ti a mais bela portadora do sentimento amor.
Ontem, cometi um grande erro, eu sei, não devia ter-te batido, mas não consegui controlar-me, foi o álcool, a minha estupidez, …oh! Desculpa, por favor, desculpa…
… aqui estou eu, vagueando pela cidade, a procura de não sei o que ou, talvez, a tua procura. Porque não admiti-lo, ainda que me custe, é verdade…já entrei em todos os locais que costumas frequentar, e até naqueles que nem sei se alguma vez entraste…por favor, atende os meus telefonemas, não podes fazer-me isto, deixa-me falar contigo…

1 comentario:

Anónimo dijo...

Ás vezes penso que tinha que ser assim. Contigo mais longe dos olhos e estes quase a chorar. Fui perdendo neste meu egoismo e agora sinto-me mais preparado para te amar, e nunca mais continuar a bater, nunca continuar.
Mas doi tanto aprender, que por vezes sinto que és a culpada. E fecho aquele punho que te afastou e me envergonhou e Des-culpou.
Sei que o paraíso nos espera, lá longe onde já não existam homens maus, que me batiam como se fossem crianças no intervalo do trabalho para casa. Sei também que talvez fosse mais homem lá, e talvez, imagina, talvez pudesse deixar as alergias, também culpar-me-ia menos e poderia jogar ao peão mais descansado. Não haveria competição, pois nos jogos não se perdia mais do que se ganhava.
Que faço então, para além de deambular naquilo que todas as pessoas anónimas fazem: amar é entristecer sem corromper-mos nada.