24 septiembre 2007

Que te posso dizer...

Que te posso dizer que não te canse,
…que não te assuste,
Que te posso dizer….
…que me despertes pelas noites
…que me tires do sono
…que me descubras
Que te posso dizer que não conheças…
…que me dês coragem
…com licença…
Que mais te posso dizer
…que a vida me foge…
…que não me segura…
…que eu já não consigo…

3 comentarios:

Anónimo dijo...

Ante tão belo post, fico sem palavras...que falem os artistas da alma:

Eu prefiro o silencio
porque as palavras nao sao
o que queremos dizer
quando exibimos coisas
tao simples como o Amor

Eu prefiro o silencio
porque nao sei nada do amor

Eu prefiro o silencio
do meu coracao nas tuas maos

Hugo Cadete

Anónimo dijo...

Eu preferiria o teu sorriso, os teus afagos, o teu corpo amarrado ao meu...em dias de nevoeiro! (-Não! Não me refiro ao D. Sebastião, mas a ti mesmo, Huguinho Cadete!)

Unknown dijo...

O Presente

Queria comprar um Presente para ela. Há dias que pensava nisso. Sempre que o tempo lhe dava uma trégua, pensava n’O Presente. Não podia ser uma coisa qualquer. Tinha de ser especial, pensava! Especial!? Que adjectivo este, tão banal, tão desprovido… Ficou desiludida consigo própria: “Não consigo mais do que isto? Especial?”
Sentiu como a procura das palavras se tornara, com os anos, árdua. Com os anos… É estranho… Os anos! Nem se tinha dado conta que passavam.
Pensava agora n’O Presente, no seu parco talento para a escrita e no passar dos anos! Pensava! Pelo menos isso! Mas sentia-se enferrujada. Não era só o corpo. A mente também dava alguns sinais de cansaço. Precisava concentrar-se novamente. Sabia que o pensamento a iria trair se o deixasse ir com o passar dos anos. Precisava de o trazer de volta. Para O Presente. Riu… Para o presente (tempo) e para O Presente. “Como me saiu bem esta!” – Pensou.
Rir levou-a até ela. Toda ela é riso! O seu riso é… é…
Tão tímidas estavam as palavras naquele dia!
É desafio, provocação, grito de liberdade! É desprendimento, verdade. É o primeiro café da manhã, o beiral de uma varanda num dia de aguaceiros, a manhã de sono de domingo… Tão generoso, tão leve…
E O Presente? Comprar um presente para a sua melhor amiga tornara-se a tarefa mais importante e prioritária da sua vida. Difícil mas deliciosa. Cada minuto a pensar n’Ele era a memória docemente pegajosa de momentos que passaram juntas. Momentos em que riram de si próprias e do universo, de tudo e de nada. Em que choraram as suas angústias com a certeza que a presença da outra era a garantia de finitude do sofrimento.
Definitivamente o seu pensamento foi totalmente ocupado pela imagem da amiga. O Presente deixou de ser.
“Ela conhece-me…” – Pensou.

Margaret