22 octubre 2008


Escorremo-nos como a areia nas mãos

Perdidos, os nossos braços procuram abraços perdidos.
Não diremos mais nada, fecharemos as portas,
e nesse instante seremos dois desconhecidos
que desfolham margaridas sobre um leito vazio.

Serei uma lembrança, como um livro proibido,
que ninguém confessa ter lido.
Passarão os meses e os anos, seremos só estranhos
ou talvez não tenhamos existido.

Eu continuarei sonhando,
enquanto a vida passa.
Talvez deixe de escrever
ou consiga escrever aquele livro.

Tu, talvez deixarás de olhar-te no espelho,
serás um homem amado e feliz
no teu mundo subterrâneo,
lá, longe de mim.

A que beijou as palmas das tuas mãos
e as preencheu de liberdade,
deixa-as vazias e livres para agarrar outros sonhos
e vai embora, como um rio…

Ficarei com um simples deixar de gostar de ti,
como tu me pediste,
e, prometo,
serei feliz

2 comentarios:

Anónimo dijo...

No sé quién te inspiró para escribir este bello poema, en el que consigues tratar las dos partes con tanto cuidado y humanidad, pero no me dejó indiferente y curiosamente, me hizo recordar aquel poema de Gustavo Adolfo Bécquer, que dice así:

Asomaba a sus ojos una lágrima
y a mi labio una frase de perdón;
habló el orgullo y se enjugó su llanto,
y la frase en mis labios expiró.

Yo voy por un camino; ella, por otro;
pero, al pensar en nuestro mutuo amor,
yo digo aún: —¿Por qué callé aquel día?
Y ella dirá: —¿Por qué no lloré yo?


Un abrazo fuerte
Pilar

Anónimo dijo...
Este comentario ha sido eliminado por un administrador del blog.